" Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido". - Vinicius de Moraes

24 de dez. de 2009

A infância é medida por sons, aromas e visões, antes que o tempo obscuro da razão se espanda.
John Betjeman

15 de out. de 2009

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim

Ausênsia-Carlos Drummond de Andrade



12 de ago. de 2009

And i miss you
I’m goin back home to the west coast
I wish you woulda put yourself in my suitcase
I love you
Standin all alone in a black coat
I miss you
I’m goin back home to the west coast


(Coconut Records - West Coast)

5 de jul. de 2009

menina deixa os cabelos balançarem ao vento, deixa teu corpo sentir a música e balançar conforme a batida, deixa o sonho dominar sua vida, deixa o sentimento guiar seus passos e seja livre por uns instantes. libere tudo aquilo que estava escondido e sinta o mar tocar seus pés e a imensidão encher seus pensamentos e cada poro da tua pele. o céu será seu e as estrelas brilharão mais uma vez. a escuridão não existirá e o medo será uma simples palavra que não deixará marcas nem vestígios. deixe seu instinto te guiar, feche os olhos e sonhe.

3 de jun. de 2009

é difícil viver. quem foi que disse que a vida era pompons cor-de-rosa? eu queria ter uma casa na árvore, com uma janela que desse para o imenso céu azul, branco, cinza, amarelo e vermelho. que fosse meu refúgio para os dias desesperadores. que me dissesse certas respostas que eu gostaria de saber sobre a vida. que fosse meu. meu lar solitário das ilusões passageiras.

19 de mai. de 2009

“Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida. Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma”. 
Mensagem escrita por Augusto Boal (1931-2009) no transcurso do Dia Internacional do Teatro em 2008.

16 de abr. de 2009

Todos criamos cascas protetoras, para nos defender dos outros. Bichos cascudos têm pouca mobilidade, e machucam os outros. Uma velha tradição diz que o ser humano faz tudo para ter prazer na vida, e evitar a dor. Verdade?
Normalmente não procuramos demonstrar o amor que sentimos, quando amamos. Amor é ruim? Feio? Dói?
Também evitamos o choro, mesmo quando a vontade é grande. Choro é feio? Dói?
A mulher e o homem apaixonados se encontram.Tem vontade de pegar um na mão do outro, afagar o cabelo, abraçar, olhar nos olhos, puxar o nariz, brincar de faz de conta, manifestar ternura, contentemento, alegria, felicidade. Mas em geral não fazem nada disso.Tolhem os gestos mais espontâneos e ingênuos, que não são feios nem doem. Dariam prazer?
De fato (e INFELIZMENTE) na hora das coisas boas ficamos cheios de dedos. Não sabemos senti-las, muito menos nos entregar a elas. E usamos desculpas para esconder nossa incapacidade. Dizemos:
- Não estava na hora.
- Ele não é a pessoa certa.
- O lugar não era adequado.
- O que iriam pensar?
- Não devo, não sou dessas.
Verdade que procuramos prazer e evitamos a dor?
Acho que acontece o contrário; defendemo-nos de coisas excelentes, fabricando uma casca protetora, verdadeira couraça. Os psicanalistas a chamam de defesa psicológica ou mecanismo de fuga ou proteção? Toda casca faz do indivíduo um especialista? Ele sempre responde as incertezas do mesmo jeito. Por isso, torna-se muito capaz numa direção, e incapaz na outra.
Alguns exemplos: o desdenhoso sabe desdenhar espetacularmente, mas sua habilidade termina aí. O orgulhoso é especialista em colcar-se acima das coisas, e incapaz de vivê-las. O gozador tem grande capacidade em rir de tudo, porém, não sente nada de importante, já que tudo é risível. O sério julga o mundo sério demais e achata a vida. Não sabe rir.
O displicente não leva nada a sério, então, não há nada que lhe interessa. A ingênua diz com espanto nos olhos que tudo é novo, mesmo acontecimentos velhos de muitos anos. E não se enriquece com acúmulo das experiências. O cobrador vive exigindo que as pessoas cumpram sua obrigação, com isso elimina a possibilidade (e risco) das respostas espontâneas.
O desconfiado está sempre desconfiado e afasta as coisas boas que interpreta como malévola.
A eterna vítima é técnica em queixar-se, portanto não se arrisca a viver uma situação agradável. O Don Juan transforma a vida numa caçada à mulher, porém é incapaz de amar alguém.
O falador interminável teoriza sobre tudo e não vive, a vida é um dicionário. Esses são só alguns exemplos de cascas. Pois há tantas....e todas dificultam a vida. Como se fossem óculos escuros, impossibilitando a visão do arco-iris. O cavaleiro medieval, armado de imponente armadura, investe contra o índio nu. Casca e não casca. Quem vai ganhar?
Se for preciso passar por uma ponte estreita (ou seja, por um momento difícil) é quase impossível manter o equilíbrio com a armadura. O índio ganha se surgir um perigo inesperado; como é que o cavaleiro se defenderá? Ele só sabe fazer as coisas de um jeito (é um especialista). O índio ganha. Se acontecer um empurrão (isto é, se as pressões sociais forem muitas), o cavaleiro não resiste e cai. O índio ganha.
Além disso, durante todo o tempo da luta, o encouraçado tem a respiração deficiente. Em conseqüência disso, ele pensa, sente e se mexe mal, pois a casca feita, na verdade, por tensões musculares que prendem, como uma roupa apertada, inibe todas as expansões.
Voltando aos exemplos, como o cavaleiro encouraçado, o desdenhoso, a vítima, o orgulhoso e os outros cascudos, especializados em suas defesas se movem, respiram, se sentem mal, vivem mal. Todo bicho muito cascudo,tartaruga, besouro, morre quando cai de costas. Seria bom aprender esta lição. A casca oprime, limita e sufoca. Nos torna burro em todas as reações que fogem a nossa especialidade. Nos deixa tenso e sem reações de forma que deixamos a vida passar sem ralmente vivê-la, como se passa o tempo.
Autor: J.A. Gaiarsa
Couraça Muscular do Caráter (Wilhelm Reich) Editora Ágora/ Edição 4 / 1984

13 de abr. de 2009

eu queria te ter por perto. eu queria você aqui do meu lado. eu queria ter o poder de decedir e dizer o que penso neste momento desta situação. é dolorido pensar que um dia eu tive você aqui comigo e que hoje isso não passa de lembranças. que eu poderia ter você aqui, agora! você quer? eu quero. é por você que eu pintaria todo o céu de vermelho.

27 de mar. de 2009

Feliz dia do teatro e do circo.
São votos de todos que por algum motivo decidiram entrar neste mundo mágico do teatro e da representação.
Um mundo que não garante certezas apenas alegrias. Um mundo onde tudo vale. Um mundo onde eu eu habito e gosto. Um mundo que é meu, que é seu, que é nosso.
Vá ao teatro.
Obrigada pela sua atenção.

18 de fev. de 2009

Tu achas que eu sou louco? Pois o mundo vive dos sonhos dos loucos. Sem os loucos o mundo não existiria.

13 de fev. de 2009

Sérgio subia o morro ao entardecer. Sozinho. Carregava apenas uma mochila. A cada passo parecia tentar deixar seu passado lá pra baixo. Os problemas, as dores, os amores e o tédio iam ficando. O céu estava maravilhoso, entre o rosa e o roxo. Ventava meio frio. E ele gostava.
Que o leitor não pergunte por que ele resolvera subir ali... Estava de férias, nada de bom pra fazer, e ele sempre admirou aquele morro próximo de seu prédio. Passou horas de sua vida admirando aquela paisagem de longe, da janela. Algo faltava em sua vida. E algo o atraía no morro. Então, resolveu ir até lá.
Chegou no cume. Ajeitou seu saco de dormir e sentou-se nele. Riu ao notar que agora a vista era seu prédio e vários outros, formando uma camada acinzentada e irregular entre a área verde que cercava sua cidade. Havia poucas árvores no alto do morro e a visibilidade era ótima. Cansado pela subida, bebeu um pouco de água do cantil e deitou-se. Ficou admirando o céu, agora mais escuro. Sentiu certa paz... Tranqüilidade... Mas, como sempre, a falta de alguma coisa. Viu alguns meteoros e caiu no sono.
Acordou meio assustado. Não sabia quanto tempo tinha ficado dormindo. Mas tinha algo estranho com aquele lugar. Algo diferente, mas não sabia o que... Acendeu a lanterna e se levantou. A sensação continuava, mas nem ele nem o foco de luz achavam respostas. Ouviu um barulho no mato e foi verificar.
Notou que estava com medo. E que andar na escuridão absoluta no meio de um matagal era mais aterrorizante do que pensara. Ainda mais sozinho. Sentia medo do que a lanterna poderia iluminar a qualquer momento. Viu uma luz à esquerda e sentiu um arrepio. Apagou a sua lanterna e foi na direção da luz, devagar.
Que alívio sentiu ao ouvir uma voz feminina cantarolando... "É primaveeeera... Te amo..." Ligou a lanterna e foi se chegando, cantando também. A menina disfarçou o susto que tinha tomado e perguntou o que ele fazia ali.
"Tô acampando e você?"
"Eu também... Estranho. Acampo sempre perto daqui e nunca vi ninguém nesse morro. Hoje é a primeira vez que resolvo acampar aqui e me aparece um cantor..."
"É a primeira vez que venho. Eu via o morro do meu prédio e resolvi passar a noite aqui hoje. Sou meio louco, sabe? Não liga não."
"Que ótimo saber que estou sozinha com um louco aqui..."
Os dois riram e ele notou que ela era simplesmente linda... Sua face, com a luz da fogueira, parecia meio etérea. Às vezes até parecia meio radiante... Ele esfregava os olhos e tudo voltava ao normal. Se apresentaram e começaram a conversar. Incrível como tinham os mesmos gostos pra quase tudo que falavam. Mas que brilho era aquele em seus olhos?
Tudo parecia bom demais pra ser verdade. Após passar quase um ano se torturando nessas boates e só encontrando mulheres que nada lhe diziam, num morro, no meio do mato, achou aquela perfeição. Foram conversando mais de perto, ela reclamou do frio e ele a abraçou. Seus olhos, de perto eram de um verde ainda mais mágico, poético, absurdamente lindos. Ele se aproximou mais e os portais verdes se fecharam vagarosamente. O beijo era simplesmente...
Acordou. Será que ele tinha desmaiado? Olhou ao redor e estava no seu saco de dormir. Não conseguia acreditar que tudo aquilo tinha sido um sonho... Os olhos verdes... O nome: Ana... Tudo perfeito. Se sentiu tolo por se apaixonar por um sonho... Foi até o local onde ela tinha acampado e ele não existia, muito menos fogueira. Nada.
Desceu o morro pior do que quando tinha subido e voltou pra sua casa, lembrando todos os detalhes oníricos... Nunca teve um tão realista. Nunca achou ninguém tão perfeito... Tinha que ver logo que era sonho.
As aulas voltaram e não conseguia esquecer de Ana. Fez vários desenhos dela e espalhou pelo seu quarto. Contou a história pros seus amigos, que acharam uma loucura... Toda noite rezava pra sonhar com ela e não conseguia. Aliás, era muito raro lembrar de seus sonhos. Aquele foi mesmo especial... Seus pais estavam preocupados. Nem comer direito ele comia. Estava ficando maníaco com aquilo.
Um dia, no meio da aula de Literatura, lembrou que ela disse que acampava sempre perto daquele morro, certamente na floresta próxima. Mas ela era um sonho! E daí? Ele estava tão apaixonado que resolveu ir dormir na floresta aquela noite. Talvez lá, pelo menos sonhasse com ela de novo. "Há mais coisas entre o céu e a terra..."
E lá foi Sérgio, ao entardecer, na busca desesperada do que sabia nunca poder encontrar. A floresta parecia novamente ameaçadora, mas tinha resolvido dormir lá e entrou pelo meio do mato. Não muito, pra não se perder. Arrumou suas coisas, se deitou e tentou de novo pedir uma ajuda divina pra encontrar sua paixão. Riu ao notar que nunca tinha sido religioso até toda essa loucura. E ouviu uma voz. Alguém cantava distante: "É primaveeeeera... Te amo..." Levantou, sorridente, e, sem acreditar na coincidência absurda, entrou correndo pelo mato, guiado pelo som.
Viu uma barraca próxima e que a voz vinha de lá. Uma fogueira. Foi se aproximando. O cabelo era loiro e liso como o dela, mas estava de costas...
"Ana?"
Ela se virou.
"Quem é voc... Meu Deus... Sérgio? Eu sonhei com você!"
Era mesmo ela. Olhos verdes, corpo lindo, rosto perfeito... Ele se aproximou.
"Eu também, meu amor..."
E continuaram o beijo interrompido. Uma pequena luz oval, alaranjada e estranha passou por cima dos dois, zunindo baixinho. Saiu da fogueira e subiu aos céus, se perdendo entre as muitas estrelas. Não foi notada. Pelo menos por eles.
"A Subida", Fabio Rocha

28 de jan. de 2009

Um dia talvez todos nós nos separaremos e sentiremos saudades. Cada um segue o seu destino, o seu caminho, tomamos rumos diferentes. E ao mesmo tempo que algumas pessoas vão ficando para trás, distantes, novas e maravilhosas pessoas aparecem em nossas vidas. Aprendemos mais, crescemos, porém a lembrança e a saudade dos velhos tempos persistem em nossa memória, em nosso espírito. Saudades dos velhos amigos, das brincadeiras, das conversas (ah! como me fazem falta essas conversas), de como nós éramos inocentes! Pensavamos somente em nos divertir e curtir o máximo. Não tinhamos preocupações, exigências, dveres, era só festa. Brincávamos o dia inteiro e se deixassem, a noite intera também. Sinto saudades desse tempo. Não mudaria nada do que eu fiz. Queria voltar e viver tudo exatamente igual, porém intenso. Como eu era feeeeliz e não sabia! Tinha e tenho amigos preciosos, verdadeiros e que amo muito! Agradeço a Deus por um dia ter encontrado vocês e ter vivido momentos maravilhosos. Cada lembrança que tenho de vocês amigos são preciosas, são eternas. Enchem meu coração de alegria, amor e fé. Fé de que um dia talvez possamos nos reencontrar, lembrar e viver juntos. Obrigada por vocês existirem e de fazerem minha vida mais colorida. Amo cada uma de vocês do jeito que são, não se esqueçam disso!! Quero-os muito bem. Mesmo seguindo caminhos diferentes, e talvez nem se falando mais, eu lembro de vocês...com um aperto no peito e uma vontade imensa de correr para perto de vocês...eu lembro de vocês com um carinho enorme e desejo sinceramente que sejam felizes. Eu fui e sou muito feliz ao lado de vocês. Nem a distância nem o tempo apagarão as lembranças maravilhosas que tive com vocês. Obrigada por tudo!!

18 de jan. de 2009

Algumas pessoas sempre me dizem que precisam disso ou daquilo para aí sim serem felizes. Somente quando saírem da cidade vão ser felizes, somente quando ganhar um carro, tiver uma casa, estiverem aposentados, quando conseguissem alguma coisa que no momento não possuem. Mas, eu me pergunto: "e quando isso chegar, será que a felicidade virá junto? será que essas coisas trazem a felicidade? do que depende a nossa felicidade? do que você necessita para ser feliz?". A verdade é que enquanto ficamos esperando por essas coisas que para nós nos trazem a felicidade, deixamos e viver, deixamos de sorrir, deixamos de semear coisas boas, deixamos a felicidade (a tão sonhada felicidade) chegar. Ela passa perto, muito perto, mas se afasta. A felicidade só depende de nós, dos nossos atos, da nossa auto-realização e de mais nada. Essas coisas que tanto sonhamos virão se o nosso esforço valer a pena. Mas a felicidade é um sentimento maravilhoso que somente virá se nós estivermos em sintonia com nós mesmos. Agora eu te pergunto: "do que você precisa para ser feliz?". A minha reposta é que eu preciso sorrir todos os dias e agradecer por estar aqui, aproveitar ao máximo o que a vida me oferecer e compreender que só depende de mim para que a felicidade penetre em minha vida, em minha existencia.

8 de jan. de 2009

"Trabalhamos, compramos, vendemos e construímos relações sociais; discorremos sobre política, economia e ciências, mas no fundo somos meninos brincando no teatro da existência, sem poder de alcançar sua complexidade. Escrevemos milhões de livros e os armazenamos em imensas bibliotecas, mas somos apenas crianças. Não sabemos quase nada sobre o que somos. Somos bilhões de meninos que, por décadas a fio, brincam neste deslumbrante planeta."
CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. pg. 30.